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terça-feira, 18 de maio de 2010

Qualidades de um verdadeiro crente

Pr. José Antônio Corrêa

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Filipenses - 2 - 5 : 10

INTRODUÇÃO:

1. Cristo é o nosso exemplo de vida cristã. Tudo quanto precisamos para viver em harmonia entre irmãos, cultivar uma vida de vitória diante de Deus, modelar nosso caráter, nós encontramos em Cristo. Basta buscarmos nEle, que seremos abençoados.

2. Vamos ver nesta noite as qualidades mostradas por Jesus durante seu ministério terreno, e que podem ser também nossas qualidades como filhos de Deus:



"As Qualidades do Verdadeiro Filho de Deus":



I - O VERDADEIRO FILHO DE DEUS DEVE TER UM COMPORTAMENTO ALTRUÍSTA

VS. 5-6

1. Vs. 5-6, "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não julgou por usurpação o ser igual a Deus":

a. Cristo na qualidade de Filho Eterno de Deus, sempre teve a forma de Deus, sendo igual a Deus em tudo.

b. O Filho existia e sempre existiu antes de qualquer coisa criada. Ele é Eterno, sempre existiu juntamente com o Pai e com o Espírito Santo, Jo 1.1-3; Cl 1.15-17; Hb 1-13; Jo 8.58.

c. Nisto está o comportamento altruísta de Cristo, pois sendo igualzinho a Deus, sem nada tirar e nem por, sendo Criador de tudo, Eterno, deixou tudo esta glória, para vir em busca do homem.

2. Isto significa que eu como crente em Cristo e filho de Deus, devo descer de minha posição em busca do irmão mais fraco e que precisa de mim.



II - O VERDADEIRO FILHO DE DEUS, DEVE BUSCAR UMA HUMILDADE SEM PRECEDENTES

VS. 7-8

1. Vs. 7-8, "Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz".

2. Jesus, mesmo sendo Rei, veio como servo, Mc 10.45. A palavra "servo", vem do grego "doulos", que pode ser traduzida por "escravo".

3. Isto não significa que Jesus tornou-se, menos que Deus, pelo contrário Ele tornou-se tanto Deus, como homem. Nasceu como qualquer ser humano:

a. Deus escolheu uma humilde serva para ser sua mãe.

b. Não veio como Rei, nascido na realeza, mas como servo.

c. Seu primeiro lar na terra, foi uma estábulo.

d. Sua família era humilde, seu pai carpinteiro.

e. Seus primeiros visitantes, foram humildes pastores.

4. Cristo humilhou-se para vir a este mundo e devemos ter o mesmo sentimento dele, Tg 4.10, "Humilhai-vos perante o Senhor e ele vos exaltará", Dn 10.12.



III - O VERDADEIRO FILHO DE DEUS, DEVE TER UMA ATITUDE SACRIFICIAL

VS. 8

1. Vs. 8, "E achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz". Isto quer dizer:

a. Jesus desistiu das glórias do céu, o que demonstrou seu altruísmo. Nascer como homem foi humildade, mas morrer na cruz pelos pecados do mundo, é o maior sacrifício em qualquer parte do universo.

b. A morte de cruz era a pior condenação que uma pessoa podia provar. Era reservada aos piores criminosos e aos escravos. A este tipo de morte, estava vinculada uma maldição, dentro da legislação mosaica, Dt 21.22-23; Gl 3.13

c. Hb 12.2, "...Suportou a cruz, desprezando a afronta". Não há nada pior do que ser condenado por algo que não se deve.

2. Devemos ter a mesma atitude sacrificial de Cristo:

a. Paulo fala disto, quando apresenta Epafrodito à Igreja, Fp 2.29-30.

b. Temos este exemplo no relacionamento entre Paulo e o Senhor, Fp 3.10; 2.17-18.

3. Como filhos de Deus, devemos apresentar um comportamento que envolva o sacrifício de nossas próprias vidas, se necessário for.



IV- O VERDADEIRO FILHO DE DEUS, SERÁ AUTOMATICAMENTE EXALTADO PELO SENHOR EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS

VS. 9-11

1. Vs. 9-11, "Pelo que, também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu o nome que é sobre todo o nome: Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai".

2. Jesus humilhou-se, sacrificou-se, mas foi colocado em uma posição de honra. Alguns pontos:

a. Ganhou o nome que está acima de todo e qualquer outro nome.

b. Foi exaltado soberanamente.

c. Diante de seu nome, todo joelho se dobrará, tanto dos que estão nos céus, como dos que estão na terra, e ainda "debaixo da terra".

d. Toda língua há de confessar que Jesus Cristo é Senhor!

3. Devemos assumir uma atitude de humildade, porque seremos exaltados, participaremos da glória de Deus e do seu Reino, Ap 20.6; 5.10.



CONCLUSÃO:

1. Temos tido um comportamento altruísta, no sentido de que faço o bem a todos? Tenho descido do pedestal em busca do meu irmão mais fraco.

2. Estou seguindo o exemplo de Cristo na área da humildade? Me considero menor do que meus irmãos?

3. Tenho assumido uma atitude de sacrifício em relação a Cristo e em relação aos meus irmãos?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

AS MARAVILHAS DA CRIAÇÃO DE DEUS




rianças!

Vocês já imaginaram como o Universo foi formado?

Como o Sol e a Lua surgiram?

Onde vocês estavam antes de nascer?

Como surgiram os mares, as árvores, e os animais?

Como surgem do solo escuro as tão coloridas e cheirosas frutas de que nós tanto gostamos, como as bananas, cerejas, ameixas e morangos? Quem deu a elas as cores e o aroma?

Onde as pequenas abelhas aprenderam fazer o mel tão saboroso? Como fazem o favo com tanta perfeição?

Quem foi o primeiro homem?






Sua mãe deu à luz você, mas o primeiro ser humano não deve ter tido uma mãe e um pai. Então como o primeiro ser humano apareceu?

Neste livro, você vai aprender as respostas certas para todas estas perguntas.

Você sabe qual é a resposta correta? Todas as coisas que você vê ao redor, incluindo você mesmo, seus amigos, seus pais, a Terra, o Sol, os alimentos de que você gosta, bananas, cerejas, morangos, as rosas coloridas, as violetas, os perfumes gostosos, os seres humanos, gatos, cachorros, formigas, abelhas, cavalos, pássaros e borboletas, em resumo, tudo foi criado por Deus.





Você já pensou onde as pequenas abelhas aprenderam como fazer o mel tão saboroso? Bem, foi Deus que ensinou as abelhas a fazerem o mel.

Mas há pessoas que contam estórias sobre estas coisas; não crêem que Deus criou tudo, então inventam estórias. Estas pessoas são chamadas "evolucionistas" e a estória que eles contam é chamada "evolução".

Nós queremos que você aprenda a verdade, e é por isso que começamos falando para você as coisas certas. Na segunda parte do livro vamos mostrar como a teoria da evolução pode enganar as pessoas. Se depois de você ler este livro, alguém vier perguntar se você acredita na teoria da evolução, você pode dizer-lhe que a teoria da evolução não é certa, e Deus é o Criador de todas as coisas.

A Vida e a Missão de Jesus


(que a Paz esteja sobre ele)


Jesus (que a Paz esteja sobre ele); nasceu em cerca dos anos 7-5 a.C., em um lar modesto na Palestina. Muito pouco se sabe dos primeiros anos de sua vida. Tudo o que podemos dizer recorrendo às palavras de Lucas, é que ele:

"Cresceu em sabedoria e em estatura, e na graça de Deus e no respeito dos homens."

Quando estava entre os trinta e três e trinta e cinco anos de idade, surgiu na Palestina um profeta pregando "o batismo do arrependimento para a remissão do pecado". O nome desse Profeta era João o Batista (que a Paz esteja sobre ele), e Jesus (que a Paz esteja sobre ele), foi a ele e foi batizado por ele. Foi nesse momento que veio a revelação de que ele havia sido escolhido por Deus como o Messias dos judeus para reavivar a verdadeira religião e completar a longa linha dos profetas israelitas.

A religião de Deus não era desconhecida aos filhos de Israel, mas ao tempo em que Jesus iniciou sua missão, o espírito da verdadeira religião havia sido sufocado pelo mundanismo dos saduceus e o formalismo e legalismo inócuo dos fariseus. Eles declararam, usando as palavras do Talmud que: "Aquele que pouco estima lavar as mãos perecerá da terra". E Jesus (que a Paz esteja sobre ele), os reprovou dizendo:

"Vós esmerais em rejeitar os mandamentos de Deus, para poderdes manter as vossas próprias tradições."

Eles tinham regulamentos absurdos sobre o Sabbath. Por exemplo: um homem podia percorrer dois mil cúbitos no Sabbath, mas não mais que isso, o vinagre, se engolido, poderia ser usado para aliviar a irritação da garganta, mas não podia ser gargarejado. No caso da morte ameaçar alguém, podia-se chamar um médico, mas já não se podia tratar no Sabbath de uma fratura.

Jesus (que a Paz esteja sobre ele), pôs de lado impacientemente tais regulamentos artificiais e pormenorizados. Disse- lhes que o Sabbath era (um dia de descanso) para o homem e não o homem é que era para o Sabbath, e os admoestou.

"Desditosos sois, escribas e fariseus, hipócritas; pois vos preocupais com minúcias sobre a hortelã e o anis e o cuminho, mas vos omitis sobre assuntos de maior peso como a lei, o juízo, a misericórdia e a fé ... Guias cegos que sois, pois esforçais em evitar um mosquito, porém engolem um camelo."

A essência da religião dele era o amor a Deus e amor ao semelhante, que ele procurou instalar nos corações do seu povo por meio dos seus inspirados sermões e belas parábolas.

Os saduceus e fariseus, ao invés de reconhecê-lo como o Messias sobre cuja vinda os profetas israelitas anteriores haviam anunciado boas novas, tornaram-se seus inimigos mortais e pressionaram o Procurador Romano a condena-lo à crucificação.

Este homem, que foi tratado como um malfeitor comum por seu povo cego, foi um dos personagens mais inspirados da história. Ele levou uma vida pura, nobre e devota. Ele demonstrou uma rara combinação de brandura e de coragem para cumprir a Vontade de Deus, e em lidar com os seus desencaminhados compatriotas.

Ele era a bondade, o desprendimento e a humildade personificadas; servindo aos seus amigos e orando pelos seus inimigos. Ele praticou muitas maravilhas, mas jamais se jactou delas, atribuindo-as sempre ao "dedo de Deus" e até admitindo que outros eram capazes de fazer o mesmo. Sua compaixão para com os pecadores e com os que sofriam era realmente admirável.

O crime dos judeus contra Jesus (que a Paz esteja sobre ele), privou-os das graças e benesses de Deus. Jesus (que a Paz esteja sobre ele), disse-lhes que depois dele não apareceria nenhum outro profeta entre eles e que a Reino de Deus lhes seria tirado e dado a uma nação mais digna dele.

Anunciou também que a pedra que os construtores haviam rejeitado, ela mesma havia sido escolhida por Deus para tornar-se à pedra fundamental. Querendo com isso dizer que os filhos de Ismael (que a Paz esteja sobre ele), aos quais os filhos de Israel haviam rejeitado e despojado, haviam sido Escolhidos por Deus para a sua maior graça, o Profeta Universal apareceria entre os Ismaelitas, e Jesus (que a Paz esteja sobre ele), profetizou a vinda dele em termos bastante resolutos:

"Ainda tenho muitas coisas para vos dizer, mas não podeis atualmente capazes de suportá-las. No entanto, quando esse chegar, o espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade." (João 16: 12-13)

''Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós;... E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.'' (João 16:7 e 8)

''E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. O Espírito da verdade....'' (João 14:16 e 17)

''Tenho-vos dito isto, estando convosco. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará..., esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.'' (João 14:25 e 26)

Em um Evangelho não canônico, o de São Barnabé, Jesus (que a Paz esteja sobre ele), menciona o espírito da verdade ou o Consolador, o Profeta que viria depois dele para ensinar ao mundo ‘’toda a verdade’’, que assim transcrevemos:

Então disse o sacerdote:’’ Como se chamará o Consolador, e que sinais revelarão a vinda dele?’’ Jesus respondeu: ‘’O nome do Consolador é Admirável, pois Deus leu-lhe um nome quando criou a sua alma, e a colocou em Esplendor Celeste. Deus disse: Espere Muhammad, por ti Eu criarei o paraíso, o mundo e um grande número de criaturas, e tudo dar-te-ei de presente, de maneira a que todo aquele que te abençoar será abençoado, e aquele que te amaldiçoar será amaldiçoado. Quando Eu te enviar ao mundo, Eu te enviarei como Meu Mensageiro da salvação, e tuas palavras serão verdadeiras, e mesmo depois que os céus e a terra tenham passado, a tua fé jamais passará. Muhammad é o nome abençoado dele.’’ E a multidão levantou a voz em coro clamando: ‘’Ó Deus, envia-nos Teu Mensageiro. Ó Muhammad, venha depressa para a salvação do mundo.’’ (9)

domingo, 16 de maio de 2010

"O que é o evangelho?"


Desculpe-me, mas o que é um “Evangelho”?

Os evangelhos são os “arquivos de Cristo”. Eles são narrativas cuidadosamente escritas sobre o nascimento, a vida, o ministério, a morte e a ressurreição de Jesus de Nazaré. A palavra "evangelho" quer dizer simplesmente “boas novas”. Os evangelhos são as narrativas guardadas na memória popular sobre o que Deus fez por intermédio de Jesus Cristo. Eles foram escritos pelas pessoas menos prováveis na sociedade da época, que não tinham nenhum treinamento formal de seminário. Alguns estiveram com Jesus durante o começo do seu ministério e todos os evangelistas escreveram sobre o que eles viram e ouviram e sobre as suas experiências. Eles escreveram para cada geração, somente compartilhando o que eles sabiam sobre a história de Jesus. Os Evangelhos são chamados “Mateus”, “Marcos”, “Lucas” e “João”. Cada um deles tem perspectivas e personalidades únicas das pessoas que amavam Jesus. Eles estão localizados na parte da Bíblia conhecida como “O Novo Testamento”, mas algumas pessoas se referiam a eles como as “Escrituras Gregas”.

Cada Evangelho é numerado por capítulos e versículos. Os números dos capítulos seguem imediatamente o nome do Evangelho. Este é seguido por dois pontos ( : ) com o número do versículo(s). Mateus é abreviado como “Mt”, Marcos como “Mc, Lucas como “Lc” e João como Jo. Um exemplo é Mt 9:9-13, o que quer dizer que este se trata do capítulo 9 do Evangelho de Mateus, versículos 9-13.

Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas especificamente mencionam os ensinamentos de Jesus sobre o Reino de Deus mais de noventa vezes, o que é bastante significativo. O Evangelho de João desenvolve a idéia de “crença” em noventa e nove citações, o que também nos fornece um material para reflexão. É possível ter uma experiência maravilhosa de noventa dias com a leitura diária de um capítulo do Evangelho. Estas histórias possuem um poder de cura admirável e dão esperança e força em tempos difíceis.

O Evangelho de Mateus

Um homem que era desdenhado pela sociedade do seu tempo escreveu o Evangelho de Mateus. Jesus o buscou em propósito com um convite pessoal para que ele O “seguisse”. A história de Mateus é tão dramática que dois outros evangelistas a narram em Mt 9: 9-13, Mc 2: 14-17 e Lc 5: 27-32. Mateus foi transformado por Jesus. Quando Jesus o chamou, Mateus deixou tudo o que tinha para estar com este Ser admirável - foi Jesus que o trouxe a esta comunidade espiritual e física! Já não sendo mais um exilado, ele se tornou parte do círculo interior conhecido como os doze discípulos.

Um discípulo era um seguidor devoto e um aluno ávido. Lemos sobre discípulos que seguiram os ensinamentos de João Batista e grupos judeus ortodoxos chamados de “fariseus”. Todas as religiões do mundo têm discípulos. Eles recebem nomes diferentes, mas o conceito de aprendizagem espiritual é universal. Os discípulos são mais do que alunos comuns pois eles tentam ser como o seu Mestre e treinador. Eles tentam viver a vida perfeita e andar no caminho que lhes foi prescrito. Não se nasce um discípulo, mas é possível tornar-se um. Os discípulos requerem formação espiritual e cuidados pastorais.

Jesus também tinha discípulos. Eles se sentavam aos Seus pés, os seguiam no ministério e lutavam para viver de acordo com os seus ensinamentos. Eles tinham uma aventura de convivência com Deus! Jesus os treinou cuidadosamente para virar o mundo de cabeça para baixo. Eles os treinou para serem “politicamente incorretos” e revolucionários espirituais. Nos olhos de muitas autoridades religiosas, Jesus e os seus discípulos eram causadores de confusão teológicos!

Mateus nos dá uma visão de mundo no qual Cristo é um Salvador missionário. Jesus está constantemente pregando e ensinando sobre o Reino de Deus e freqüentemente está viajando de cidades a vilas ou povoados. As pessoas lhe imploram que ele permaneça e estabeleça uma residência, mas Cristo tem o Reino de Deus e as Boas Novas a proclamar.

Mateus escreve como alguém que já não é um exilado. Muitos milagres e ensinamentos são registrados aqui. O mais famoso é o “Sermão da Montanha” (Mateus capítulos 5-7). Este sermão ainda continua a desafiar e a mudar a história mundial nos dias de hoje! Gandhi e o Reverendo Dr. Martin Luther King Jr. basearam os seus movimentos não-violentos de justiça com estas palavras inspiradoras.

Mateus escreve como um homem judeu no primeiro século em Israel que interpreta Jesus por meio das escrituras hebraicas (do Antigo Testamento). Ele registra meticulosamente a vida de Cristo do seu nascimento até a sua ressurreição. Alguns exemplos são:

O Nascimento de Jesus: Mateus 1: 18-2:15

O Batismo de Jesus: Mateus 3

A Tentação de Jesus: Mateus 4: 1-11

Jesus chama os Primeiros Discípulos: Mateus 4: 18-22

A Transfiguração de Jesus: Mateus 17: 1-3

A Última Ceia de Jesus: Mateus 26: 17-35

A Oração do Getsêmani: Mateus 26: 36-46

Julgamento e Crucificação de Jesus: Mateus 26: 47-27: 66

A Ressurreição: Mateus 28: 1-10

A Grande Congregação: Mateus 28: 16-20

A Grande Congregação é uma das mais famosas declarações no Evangelho de Mateus. Jesus congrega os discípulos assombrados após a sua ressurreição com uma missão ainda relevante hoje em dia. "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos."

O Evangelho de Mateus está cheio de materiais para discípulos que transformam as vidas das pessoas. É uma história de esperança para os forasteiros e pessoas que foram rejeitadas pela sociedade. Embora o mundo tenha mudado, a missão da igreja não mudou. Mateus dedica-se a ajudar pessoas religiosas e não-religiosas a se tornarem seguidores devotos de Jesus Cristo.

O Evangelho de Marcos

O Evangelho de Marcos é uma narrativa energética da História de Jesus. É o evangelho mais breve e é escrito propositadamente para aqueles que buscam conhecer mais sem ter uma formação judaica ou treinamento espiritual. Jesus é um homem com uma missão, viajando de cidade a cidade. Ele toca e cura as pessoas, anda sobre a água e realiza milagres espetaculares. Explicações simples são dadas a(o) leitor(a) para que ele(a) entendam melhor os costumes judeus antigos.

O Evangelho é escrito para nós! Nós lemos sobre Jesus ressuscitando os mortos, dando a visão de volta aos cegos, expulsando demônios e muito mais. Jesus é poderoso! Jesus tem poder e ajuda para nós em todas as questões de recuperação da vida. Ele veio para nos ajudar e tudo o que temos a fazer é pedir.

Marcos oferece “um fio dourado de disciplina” (Marcos 12:12; 14:1-2; 15:10). A necessidade divina da cruz é enfatizada (Marcos 8: 31; 9:31; 10:33). As palavras “mestre”, “ensinar” e “Rabino” são aplicadas a Jesus 39 vezes. Muitos debatem Jesus. Ele é mostrado como sendo ‘homem’ (veja Marcos 3:5; 6:6, 31, 34; 7:34; 8:12, 33; 10:14; 11:12) e ‘Deus’ (Marcos 1:1,11; 3:11; 5:7; 9:7; 12:1-11; 13:32; 15:39).

Este Evangelho começa com “O começo do Evangelho sobre Jesus Cristo, o Filho de Deus”. As pessoas ficaram surpresas (Marcos 1:22; 2:15; 5:20, 42; 6:2, 51; 7:37; 10:26; 11:18) com este feito de Jesus de Nazaré. Jesus é um sinal de boas novas em um “mundo carente de notícias”. Este Evangelho é uma primeira experiência de leitura da Bíblia para qualquer um.

O Evangelho de Lucas

Lucas é um admirável médico e historiador que cuidadosamente pesquisou a história de Jesus. Ele também recebe os créditos da escritura da história da aventura da igreja nos seus primórdios (conhecido como o Livro dos Atos). Lucas nos oferece um material para a nossa alma ao pesquisar estas histórias maravilhosas. Muitos leitores diriam que o Evangelho de Lucas é o mais bonito dos Evangelhos, pois ele é um homem extremamente educado que está a escrever para os não-judeus. Lucas também é um “forasteiro”. Ele é um não-judeu que está escrevendo para outros que talvez não tenham uma herança judaica.

Lucas escreve sobre a trajetória principal do nascimento até a ressurreição de Jesus Cristo. Jesus é mostrado como um homem profundamente preocupado com o sofrimento e os oprimidos. Jesus é o Curador. Ele deu atenção especial à pessoas que a sociedade não considerava importantes, incluindo mulheres, crianças, pobres, prostitutas, coletores de impostos desdenhados pela sociedade e muitos outros. Jesus ofereceu a todos a recuperação espiritual, força e salvação. Mas a sua preocupação principal era com os rejeitados e outras pessoas que não eram bem-amadas. Jesus foi em direção dos não-amados. Isto é evidente nas parábolas (histórias de ensinamentos) de Jesus. Jesus dá as boas-vindas aos recusados e rejeitados pela “Religião”.

Um dos ensinamentos mais famosos de Cristo é freqüentemente usado em ministérios de justiça. Estas palavras continuam a inspirar e desafiar todos os leitores. Jesus disse: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor" (Lucas 4: 18- 19). Jesus Cristo é para os pobres, os presos, os oprimidos e os que têm um fardo pesado a carregar. Jesus pregou justiça e enfureceu as autoridades religiosas, que planejaram a destruição deste revolucionário espiritual. Cristo era simplesmente politicamente incorreto e perigoso para o status quo.

Lucas escreve cuidadosamente sobre o Espírito Santo na vida de Cristo. O Espírito estava presente na sua concepção, batismo, no seu ministério e na sua ressurreição. Este mesmo Espírito Santo pode nos dar força.

O Evangelho de João

Cada narrativa evangélica é bela e única. João é conhecido como o “discípulo bem-amado” (Jo 13:23; 19:26; 20:21; 21:7, 20; 21:24). O seu nome quer dizer “a graça do Senhor”. Ele foi um dos primeiros a seguir Jesus e era possivelmente seu primo. João tinha um temperamento exaltado, o que lhe deu o apelido de “um dos filhos do trovão”.

João é o autor de várias “epístolas” (cartas). Os seus nomes são 1 João (Primeiras), 2 João (Segundas) e 3 João (Terceiras). Ele também escreveu o livro mais difícil e confuso na Bíblia, conhecido comom o livro de Revelações. Muitos tentam ler Revelações como uma primeira experiência de leitura da Bíblia, mas Soul Food recomenda começar-se com o Evangelho de João antes de tentar ler o Livro das Revelações!

Há escritos especiais que se encontram somente em João. Podemos ler pela sua perspectiva a maravilha do primeiro milagre. Jesus transforma água em vinho em um casamento de um vizinho! Em seguida, há histórias e dramas de pessoas reais com a samaritana e a história de Nicodemo. João compartilha em detalhe a sua visão do Quarto Superior da “última ceia” e registra também o “Pai Nosso” no capítulo 17 junto com as famosas citações “Eu sou” de Cristo.

João nos escreve com um propósito (20:31) para que os leitores possam acreditar que Jesus foi enviado por Deus. A vida está na crença do seu nome. Ele desenvolve o que a vida é como uma pessoa de crença e fé amadurecida. João nos ajuda a “estar” com Cristo em conversas que ainda perduram.

Um dos versos mais famosos na Bíblia é "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16

Jesus nos leva além do que João escreveu em 3: 16, pois ele investiu na formação espiritual das pessoas. As duas palavras mais radicais que Cristo pronunciou são “siga-me”. A leitura do Evangelho por meio destas duas palavras pode ser uma experiência de leitura evangélica bastante profunda (João 1:40, 43; 10: 4, 27; 12:26; 13:37; 18:15; 21:19). A transformação de conversas e formação espiritual é desenvolvida nestes 21 capítulos.

O discípulo amado registra as belas palavras de Cristo após a Sua ressurreição! "Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós" (João 20: 21). João nos ajuda a viver a paz de Cristo. Nós temos que ser, então, missionários da paz com Cristo no nosso mundo. Jesus nos ensina como estar em vida e com Deus.

Algumas das conversas espirituais mais famosas com Cristo são para que nós a desfrutemos. Estas serão mais completamente desenvolvidas no estudo da Bíblia a seguir. Jesus também passa uma boa parte do tempo preparando seus discípulos par o ministério. Estes serão explorados por meio das vidas de André, Pedro, Felipe, Nataniel, Judas Isacariotes, o outro Judas e Maria.

sábado, 15 de maio de 2010

Interpretando a Bíblia Hoje

Autor: Isaltino Gomes Coelho Filho



Introdução

Há uma terrível mistura doutrinária no cenário evangélico contemporâneo. Isto é tão óbvio que dizê-lo soa banal. Mas tenho que começar por aqui. A multiplicidade de igrejas neopentecostais autônomas, isto é, desvinculadas de qualquer denominação, sem quaisquer outras como parâmetro, e cultivando uma postura monárquica e arrogante ("Deus nos levantou como único porta-voz da sua Palavra") liquidou a possibilidade de uma interpretação bíblica no cenário evangélico que se possa chamar de uniforme. Tempos atrás recebi um e-mail zangado de uma pessoa que discordava de uma interpretação que fiz no Antigo Testamento. Discordar de mim é um direito e é até normal. Mas o que me intrigou foi o título que a pessoa se atribuiu: "rabino judaico-cristão". Em resposta a ele apenas perguntei o que era um "rabino judaico-cristão" e quem era Jesus para ele. Não me veio resposta.

Usa-se muito a Bíblia, mas isso não é garantia alguma de que o usuário está certo. Isto traz certa confusão, pois estão acontecendo muitos equívocos na interpretação bíblica que desnorteiam nossas igrejas, tanto na doutrina como na prática. Neste trabalho quero abordar alguns aspectos que nos ajudarão a entender um pouco mais esta questão.

1. O Mau Uso da Bíblia

No artigo "Reflexões sobre o púlpito brasileiro"1 mencionei um pregador que pregou contra o parto cesariana sem dor, com base em Gênesis 3.16 ("com dor darás à luz filhos"). Uma senhora da sua igreja contra-argumentou, lembrando que ele tinha ar condicionado no gabinete e a Bíblia diz "No suor do teu rosto comerás o teu pão". Outro pregou contra a prática de esportes, baseando-se em 1 Timóteo 4.8: "o exercício corporal para pouco aproveita". Um outro pregou em 2 Samuel 11.2 ("E viu do terraço a uma mulher que se estava lavando"). Falou contra a televisão. Nela, vemos o que não devemos ver. Veio um outro e pregou sobre "e todo olho o verá" (Ap 1.7) e mostrou o valor da televisão via satélite. E aí, compro televisão ou não? Essas questiúnculas ridicularizam a Bíblia. Seu uso deve ser coerente e obedecer a certos parâmetros. A Bíblia deve ser respeitada e nunca usada para autorizar esquisitices.

As questões do parágrafo acima podem até ser vistas com certa dose de humor, mas o que dizer de pregadores que usam a Bíblia para enviar recados aos discordantes, que se valem do sermão para fortalecer sua posição ("sou o ungido do Senhor, quem estende a mão contra mim morre") e para a obtenção de vantagens pessoais? E o que dizer de exegeses muito mais discutíveis, algumas até mesmo falsas? Hagin, em seu livro O Extraordinário Crescimento da Fé, tenta provar uma tese bem discutível, de que fé é fazer as coisas acontecerem. Usa o texto de Hebreus 11.1 ("Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem" - esta é a versão empregada em seu livro). Não tendo como provar seu argumento, que segue na linha das seitas metafísicas de Boston, de que a palavra humana faz as coisas acontecerem, emite a seguinte observação: "Ainda outra tradução diz: 'A fé é certidão da garantia, a coisa em que esperamos até ao fim acaba sendo nossa'"2. Esta declaração confirma a posição de Hagin, mas não é bem isto que o texto grego quer dizer, aliás bem visível nas traduções. Mas a palavra de Hagin me suscitou uma questão. Anotei ao lado, no livro: "Que tradução é esta?". Se ela realmente existe, por que não a identifica?

Em outras ocasiões, vemos com abundância o uso de versículos fora do contexto, de passagens sem conexão com o todo da Bíblia, no que chamamos de "leitura fragmentária", e a ignorância do contexto cultural. Pode-se usar a Bíblia e ainda assim estar errado. Citar a Bíblia não é garantia de se estar certo. Quando questionei um mórmon sobre poligamia, ele respondeu biblicamente, com os exemplos de Abraão, Isaque, Jacó, Davi e outros. Certa vez, em Brasília, uma senhora me interpelou, em um estudo bíblico, discordando de posição que eu expunha. Quando fiz a exegese do versículo (e fiz de maneira correta), ela respondeu que não aceitava o que eu estava fazendo. Eu estava torcendo a Bíblia. Ela não queria saber de grego e hebraico nem de voltinhas hermenêuticas para justificar posição. Ela era literalista. O que estava escrito devia ser lido como estava e obedecido como estava. Então eu lhe disse que se sentasse, ficasse calada, nada dissesse, e deixasse para perguntar em casa (não na igreja) e ao marido (não a mim). Porque está escrito na Bíblia: "As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja" (1Co 14.34-35). A interpretação bíblica sem análise do contexto cultural e exegético, como ela queria, me autorizava a agir assim. Cuidado, portanto, com versículos sem conexão com o todo e sem o uso de regras hermenêuticas, para provar posições.

2. O Abandono da Bíblia como Normativa

O mais gritante mau uso da Bíblia está na forma de exposição que lhe tira o caráter de normativa e a deixa como indicativa, apenas. Esta utilização da Bíblia vem se tornando cada vez mais comum no cenário evangélico, principalmente entre os neopentecostais. E vem sendo assumida por igrejas batistas. Por ignorância de regras de hermenêutica e pela vontade de terem autoridade em suas posições, não querendo correção, mas apoio, muitos pastores adotam tal postura. Isto é sério. É um péssimo uso da Bíblia. As pessoas não querem se subordinar a ela, mas querem que ela se subordine às suas idéias. Ora, na perspectiva fragmentária podemos usar a Bíblia para suporte do que quisermos... E na forma indicativa, ela deixa de ser Palavra de Deus e se torna um depósito de cenas, histórias e eventos que podemos alegorizar como quisermos, para as campanhas que idealizarmos. Com isto, a historicidade do evento perde seu impacto. O valor não é mais o que Bíblia diz, mas é como a Bíblia autoriza minha visão de vida. Isto é um perigo pois o caráter de Escritura Sagrada se esvai e a Bíblia se torna apenas um depósito de histórias, com lições alegorizadas, podendo ou não ser real.

Quando dizemos que ela é normativa, estamos apenas explicitando o que diz a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira: "A Bíblia é a autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas a doutrina e a conduta dos homens"3. Isto é ser normativa. Ela é a nossa norma de fé e prática. Ela é o padrão aferidor e seu caráter é autoritativo. Ele deve reger e analisar nossas posições, devendo ser entendida globalmente. Ela é um todo e assim deve ser entendida. Uma parte só pode ser entendida à luz do todo, e é o todo que interpreta a parte, e não o contrário.

As denominações neopentecostais afirmam-na como regra de fé e prática, mas usam-na como indicativa. Ela apenas indica, em algumas passagens, algumas práticas do grupo. Ela não é autoritativa. A autoridade final, em termos de decisão, é a palavra do líder ou do dono do grupo. Geralmente sua autoridade é legitimada por ser "apóstolo", "primaz" e coisa parecida. Em termos de doutrina e prática, a autoridade são sonhos e revelações. Mas a autoridade do dono da seita é tão grande que Jorge Tadeu, da Igreja Maná, "se autodenomina Apóstolo e escreve cartas semanais aos seus pastores com o título de 'St.' (São) Jorge Tadeu. Um dos pastores dissidentes garante: 'Hoje, a palavra de Jorge Tadeu na igreja Maná é equiparada à Palavra de Deus'"4. Ainda Paulo Romeiro nos cita uma declaração, registrada na revista Visão, de Portugal (10 a 16 de fevereiro de 1994), nestes termos: "Temos de deixar a nossa religiosidade no chão para sermos mais utilizados por Deis. Recebi isto por revelação divina: Deus me disse que hoje o Senhor permite que um homem tenha várias mulheres, desde que com isso sirva mais a Deus"5. Jorge Tadeu alega pregar a Bíblia, que é contra a poligamia, mas a autoridade não é dela. É dele.

Na perspectiva indicativa, a Bíblia serve apenas de suporte e apoio para práticas que o grupo venha a assumir, na orientação de sua liderança. Ela não rege as idéias, mas apenas dá suporte às idéias. Esta questão deve nos alertar. Que uso fazemos da Bíblia? Ela é autoritativa para nós, que assim crendo procuramos entendê-la globalmente, ou é indicativa, sendo usada em frases e versículos soltos, legitimando posições? Usamo-la para analisar nossas práticas ou pegamos trechos seus para validar o que queremos?

3. O Critério Hermenêutico para Uso da Bíblia

Nesta apostila segue um anexo intitulado "Uma nova reforma" para o qual peço sua atenção. Por favor, leia-o com atenção. Nele menciono algumas formas de desvio na interpretação das Escrituras. Assim, posso me centrar no critério correto. Temos um princípio hermenêutico chamado "revelação progressiva". Isto significa que Deus se revelou progressivamente aos homens. Não significa sair do erro para a verdade, mas do obscuro para o claro. Se a revelação é progressiva, isto é, caminha para frente, deve haver um ponto final. E há. É o clímax. Lemos em Hebreus 1.1-2: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo". A palavra final de Deus foi dada por Jesus Cristo. Ele é o ponto final, a chave hermenêutica para se entender toda a Bíblia.

Isto nos faz entender claramente que o Novo Testamento, o ensino sobre Jesus, é a palavra final. O Novo interpreta o Antigo. Lemos em Lucas 16.16: "A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele". O tempo antigo passou. Quando Pedro, na transfiguração, equiparou Moisés e Elias a Jesus, colocando-os como dignos de atenção, Deus interveio. Retirou Moisés e Elias de cena, e declarou: "Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o" (Mt 17.5). A Igreja não ouve a Moisés e a Elias, e sim a Jesus. Quando pregamos no Antigo Testamento devemos ter isto em mente: que aspecto de Jesus este texto mostrará? Pois a pregação da Igreja deve ter Jesus como tônica. Neste sentido, a interpretação bíblica que faça Jesus desaparecer ou ficar em segundo plano é equivocada.

O uso correto da Bíblia é este: o Novo Testamento é a revelação final de Deus, sendo Jesus "o cânon dentro do cânon", como Lutero gostava de dizer. Isto é aceito pela nossa Declaração Doutrinária: "Ela (a Bíblia) deve ser interpretada sempre à luz da pessoa e dos ensinos de Jesus"6.

"Isto é óbvio!", dirá alguém. Mas nos chama a atenção para dois pontos. O primeiro é que devemos estar atentos à tentativa de rejudaizar a teologia cristã, como temos visto. Evito-me de mais tempo aqui, pedindo que leiam o anexo aludido anteriormente, "Uma nova reforma", principalmente o tópico "A rejudaização, um produto tanto teológico quanto comercial". O segundo é que se Cristo é o cânon dentro do cânon e a palavra final de Jesus, temos que ser muito reticentes quanto às revelações que surgem amiúde no cenário evangélico. Já citei o episódio de Jorge Tadeu, mas outros, tão ruins quanto aquele. Segundo o movimento neopentecostal, vivemos na "era do Espírito". Um exemplo bem claro disto vemos na logomarca da Universal do Reino de Deus. Não é mais uma cruz, tipificando o ministério de Jesus. Nem uma Bíblia, tipificando a revelação total de Deus. É uma pomba, tipificando o Espírito. Neste sentido, a revelação, obra do Espírito, continua. A Bíblia é um depósito de experiências religiosas que pode ser interpretada como se deseja, principalmente pelas novas revelações, que a ultrapassam.

É preciso considerar que há um equívoco entre dois conceitos: livre exame das Escrituras e livre interpretação das Escrituras. O livro exame das Escrituras é um direito pela qual a Reforma se bateu e que nós sustentamos. Todos têm o direito de examinar as Escrituras, de estudá-la. Mas ninguém pode alegar-se o direito de interpretá-la como quiser. Ao examinarmos a Bíblia, descobrimos que Jesus vai voltar. Isto é livre exame. Todos podem ler a Bíblia, e ler nela sobre a segunda vinda de Jesus. Na obra citada de Paulo Romeiro, ele transcreve um sermão de Valnice Coelho, em que ela marca a volta de Jesus para 2007. Ela tomou a palavra de Jesus "não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam", aplicou este frase à geração que viu Israel retomar Jerusalém (1967), afirmou que uma geração dura 40 anos, e somou 1967 mais 40 e chegou a 2007. E disse, textualmente: "Deus me trouxe isso no espírito agora em Israel quando eu estava às margens do Jordão"7. Agora, ela saiu do livre exame para a livre interpretação. Qual a base para se dizer que o versículo citado se aplica à geração que viu Jerusalém voltar às mãos dos judeus? Qual a base para se dizer que uma geração dura 40 anos? E o que fazer desta declaração de Jesus: "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai" (Mc 13.32). Nem Jesus sabe, mas uma pessoa, interpretando a Bíblia como quer, ultrapassa Jesus. Pelo menos já sabe o ano. A livre interpretação é uma postura arrogante. Nunca, jamais, em tempo algum, alguém viu na Bíblia o que aquela pessoa vê, agora. Ela se coloca como fonte autorizada e continuada da revelação divina. Despreza toda a herança teológica de 2.000 anos de cristianismo. Ela ultrapassa a própria Bíblia.

Uma questão mais: o movimento neopentecostal tem confundido a psiquê, a interioridade humana, com o ruah, o Espírito do Senhor. Assim, o que a pessoa sente passa a ser verdade. Como se ouve a frase: "Eu senti em meu coração!". Isto não quer dizer nada. Quando eu tinha 18 anos senti no meu coração que deveria me casar com a cantora Wanderléia. Ela nem sabe que eu existo. E casei melhor do que se tivesse casado com ela. Os próprios crentes tradicionais têm confundido seu íntimo com a voz de Deus. Devemos nos lembrar de Jeremias 17.9: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?".

Essa atitude é perigosa. Ela internaliza a verdade, coloca a verdade dentro de nós, ao invés de colocá-la como externa a nós. Neopentecostais se valem deste recurso, e assim confundem sua voz interna com a voz do Espírito. Não estou divagando. Estou chamando a atenção para um perigo: tirar a fonte de autoridade das Escrituras e colocar na pessoa (peço, mais uma vez, que leiam a matéria "Uma nova reforma").

4. Uma Volta à Bíblia

Uso um trecho, um pouco longo, de um trabalho que apresentei, sob o título "Sou batista! Tenho uma identidade!"8. É um tópico sobre a nova hermenêutica. Dispenso as aspas porque sou o autor das idéias a seguir:

A nova hermenêutica é o aspecto mais preocupante no uso das Escrituras. Com a Igreja Católica, a fonte de autoridade era a Igreja, subsidiada pela Tradição e pelo Magistério. Lutero tirou a fonte de autoridade da Igreja e a colocou na Bíblia. O movimento pentecostal a tirou da Bíblia e colocou na experiência. O movimento neopentecostal está construindo outro eixo hermenêutico: a de gurus, de pessoas com mais experiência com Deus. É o início de um retorno ao eixo católico. Isto vai trazer conseqüências danosas para o evangelho, mais à frente, embora já esteja trazendo agora. É que nesta postura, a Bíblia fica subordinada às declarações humanas. Em vez de reger a teologia da igreja, ela passa a ser explicada pela teologia da igreja. Esta nova hermenêutica é muito perigosa porque além de mudança de eixo mudou também o critério de interpretação. No protestantismo histórico e entre os evangélicos históricos, o critério de interpretação da Bíblia sempre foi a pessoa de Cristo, com base no conceito de na revelação progressiva, que depreendemos bem de Hebreus 1.1-2. É o Novo Testamento que interpreta o Antigo e este não pode se sobrepor ao Novo. Hoje o critério de interpretação é o Espírito Santo. Um pastor neopentecostal dizia pela televisão que "Jesus é o canal para nos trazer o Espírito Santo". Antes era o Espírito Santo quem nos levava a Cristo. Agora Cristo nos traz o Espírito. Cristo é o meio para se chegar ao Espírito, que é o final. A Igreja Universal do Reino de Deus, por exemplo, não tem a cruz como seu símbolo, mas uma pomba, significando o Espírito Santo. É a chamada "onda do Espírito", que é, na realidade, uma pretensão à nova revelação. É aqui que reside o perigo maior: o Espírito Santo é um eufemismo para as impressões pessoais do intérprete, que se tornam uma palavra inspirada. O que ele acha é revelação do Espírito. Assim, a Bíblia deixa de ser normativa e passa a ser indicativa. A normativa é a palavra do líder. O uso que as campanhas da Universal fazem das Escrituras, particularmente o uso do Antigo Testamento, mostra isso. A Bíblia apenas legitima as práticas do grupo, em vez de regê-las. E o Espírito Santo se tornou propriedade dos iluminados da seita. O Espírito Santo fala quando alguém, líder, "sentiu" uma nova verdade. Na nova hermenêutica, o sentir vale mais que o que é, o que está escrito. Jesus é uma pessoa histórica, objetiva, e seu ensino está na Bíblia. O Espírito Santo não é uma pessoa histórica, embora seja uma pessoa, e seu ensino passa a ser o que as pessoas sentem. Isto cria um clero, pessoas especiais, com revelações do Espírito. Há, então, um clero que determina o credo e a prática para o povo. Tanto que muitos desses grupos não ligam a mínima para educação religiosa, EBD, etc. . Basta-lhes um salão para realizar seus cultos, carregados de emoção e muitos deles manipuladores das pessoas.

Esta nova hermenêutica tem privilegiado o domínio de revelações, visões e sonhos sobre a Bíblia. Uma pastora neopentecostal dizia, pela televisão, ter um mapeamento das potestades demoníacas. Quem era o demônio regente de cada território, os chamados demônios territoriais. Quando perguntada sobre onde conseguiu isto, disse com toda simplicidade que foi de demônios postos sob juramento. Não sei se um demônio mesmo jurando estará dizendo a verdade. Mas me impressiona que uma pessoa diga com todas as letras que está ensinando uma revelação de demônios e as pessoas que a ouvem ainda exultem com isso.

Nossa identidade batista parte daqui: zelo pelas Escrituras. Nada de mais nada de menos. Quando ela fala, nós falamos. Quando ela cala, nós calamos. Todo material que produzimos, toda e qualquer postura eclesiológica, devem ser avaliados por ela. Não é se deu certo em algum lugar ou se está enchendo alguma igreja em algum lugar, ou se foi proferida por algum teólogo ou pastor muito consagrado e zeloso pela doutrina, mas se não colide com a Bíblia. Aliás, todas as heresias nasceram de pessoas muito espirituais e zelosas. Não de mundanos. É o que Paulo disse dos judeus: "têm zelo de Deus, mas não com entendimento". O entendimento das Escrituras é fundamental para uma denominação sadia.

Até a última linha, o trecho da palestra. Agora, a questão, como ter uma hermenêutica sadia, uma volta à Bíblia. Atrevo-me a alistar algumas sugestões;

  1. Reconhecendo-a como normativa, autoritativa, palavra última, definitiva e cabal de Deus. Não há o que lhe acrescentar.
  2. Trazendo os ensinos humanos ao seu crivo, subordinando-os a ela. Todo profeta, todo pregador, deve ser avaliado à luz das Escrituras. Se ele falar e não se cumprir, ele é falso (Dt 18.22). Se ele falar, cumprir-se o que ele falar e ele desviar o povo da Palavra, deve ser morto (Dt 13.1-5). O padrão é sempre a Palavra falada de Deus.
  3. O bom senso recomenda que se fuja das interpretações que jamais alguém viu, do ineditismo. Quem se coloca sob holofotes deve ser rejeitado imediatamente.
  4. Os batistas não surgiram ontem e têm uma herança teológica coerente, uma teologia fechada (no sentido de ser completa, de abarcar todas as áreas da vida). Cuidado com visões fragmentárias, em que toda a Bíblia é analisada à luz de uma parte.
  5. Cuidado com o experiencialismo, aquela atitude em que as experiências humanas são válidas e julgam a Bíblia. É a Bíblia que deve julgar nossas experiências, e não o oposto. A ordem é FATO > FÉ > EMOÇÃO. Existe um FATO: Deus e sua Palavra. Eu tenho FÉ neste fato. Como conseqüência de minha FÉ neste FATO experimento a EMOÇÃO de ser salvo, de ter direção na minha vida, etc. Quando a ordem é invertida, em vez da Bíblia reger minha vida, minha vida rege a Bíblia. Isto é uma variação da neo-ortodoxia: a Bíblia se torna a Palavra de Deus pela minha experiência.
  6. Como conseqüência, o ensino bíblico criterioso, a hermenêutica correta e a exegese bem feita devem ser objetos de estudo do pastor, para alimentar sadiamente sua igreja.

Conclusão

Terminar é mais difícil que começar. Mas espero terminar de maneira pelo menos satisfatória. Tenho visto que o ensino da Bíblia tem sido feito de maneira espetaculosa e pouco sóbria. Não quero ser juiz, mas por vezes, assistindo programas evangélicos na televisão, surpreendo em ver a Bíblia sendo esgrimida, mas pouco dela aparecendo, e muito do pregador sendo mostrado. Lembro-me de uma antiga oração dos crentes, pedindo pelo pregador: "Esconde o teu servo atrás da cruz de Cristo". Bonita oração! Parece-me que hoje se ora assim, em alguns círculos: "Esconde a cruz de Cristo atrás do teu servo!". Quem deve brilhar é a Bíblia. Se os trejeitos do pregador brilham mais, se ele chama a atenção para suas idéias, de modo que elas brilhem, e não a Palavra, algo está errado. Disse o Batista sobre Jesus: "É necessário que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3.30). O bom uso da Bíblia é aquele em que o pregador diminui e ela cresce. O povo aprende da Bíblia. Quando aprende das idéias do pregador, algo está errado.

Isto não é hermenêutica, mas o princípio vale. A boa hermenêutica é aquela em Jesus brilha, a cruz resplandece, Deus é glorificado. Se a esquisitice triunfa e o culto à personalidade aparece, fuja do esquema. A síntese é esta: quando examinar a Bíblia, procure por Jesus em suas páginas. E veja o que sua vida deve absorver do estudo. Se a exegese, produto da hermenêutica, destoa do ensino da Igreja, do testemunho dos séculos, fique desconfiado. Até mesmo de si próprio. Nenhum outro fundamento pode ser posto: "Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo" (1Co 3.11). É bom firmar as raízes no que conhecemos.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

AS PERFEIÇÕES DE DEUS.

DEUS CRIOU TUDO

Deus é a origem de tudo quanto existe,
Ele é quem criou do nada todas as coisas,
Deus criou os céus,
Deus criou a imensa expansão do universo,
Como manifestação da sua glória,
Deus criou a totalidade dos cosmos,
Como revelação da sua majestade,
Deus se deleitou na sua obra e lhe atribuiu valor,
Ele é quem criou do vazio todas as coisas,
Deus criou a terra,
Deus criou a beleza do solo fértil,
Como manifestação do seu poder,
Deus criou os elementos da natureza,
Como revelação do seu amor,
Deus é a fonte suprema da vida




Citações Bíblicas


O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1Cor. 13:4-7)

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. (2Cor 1,3-4)

A graça do Senhor Jesus seja com todos. (Ap 22, 21)


No princípio Deus criou os céus e a terra. (Gn 1,1)

O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; mas os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução. (Prov.1:7)

Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas. (Mat 6:14-15)

Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho. (Salmos 119:105)